Defesa de acusado de matar mãe e 3 filhas tenta mudar local do júri em MT
Foto da família publicada nas redes sociais em um passeio na praia, publicada em 2018 Instagram A defesa de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de matar e es...

Foto da família publicada nas redes sociais em um passeio na praia, publicada em 2018 Instagram A defesa de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de matar e estuprar mãe e três filhas com idades entre 10 e 19 anos, em novembro de 2023, em Sorriso(MT), está tentando mudar o local do julgamento. Nesta quinta-feira (17), o Ministério Público de Mato Grosso deu parecer negativo para o pedido. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp O pedido buscava transferir o julgamento do Tribunal do Júri da Comarca de Sorriso para a Comarca de Cuiabá. A defesa alegou possível parcialidade dos jurados e risco à integridade física de Gilberto, caso o julgamento ocorra na cidade onde os crimes foram cometidos. No entendimento do do promotor de Justiça João Augusto Veras Gadelha, da Procuradoria Criminal Especializada do MP, não há qualquer elemento concreto que indique que os jurados da comarca não estejam aptos a julgar o caso ou que o acusado esteja em risco. “Não se desconhece que o caso em tela alcançou significativa repercussão, inclusive em âmbito nacional. No entanto, é entendimento consolidado dos tribunais superiores que a mera notoriedade dos fatos, por si só, não é suficiente para justificar o desaforamento”, pontuou. O promotor também considerou irrelevante, para fins da mudança, o fato de o réu estar atualmente custodiado na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Segundo ele, isso não configura risco iminente relacionado ao julgamento. Além disso, o próprio juízo da comarca de Sorriso não se manifestou contra a realização do júri na cidade. Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos Divulgação LEIA MAIS: CRIME: Mãe e três filhas são encontradas mortas dentro de casa VÍTIMAS: Saiba quem são mãe e filhas vítimas da chacina INVESTIGAÇÃO: Veja histórico violento de investigado por chacina contra mãe e 3 filhas Indenização Em junho, o viúvo e a avó das meninas entraram com um pedido de indenização contra o Estado de Mato Grosso, no valor de R$ 40 milhões, por negligência e omissão durante as investigações do crime. No processo, o advogado Conrado aponta que o autor da chacina tinha um mandado de prisão em aberto, por latrocínio, desde outubro de 2022, mas estava solto. O processo é movido por duas ações, sendo uma no valor de R$ 20 milhões, por parte do viúvo, Regivaldo Batista Cardoso, de 46 anos, e outra, também no valor de R$ 20 milhões, por parte da mãe da vítima, Soeli Fava Calci de 75 anos. De acordo com o advogado, ambos os processos aguardam o agendamento das audiências para depoimento de testemunhas e carimbo e assinatura do servidor responsável pelo documento. “O processo da Soeli está um pouco mais adiantado por conta da prioridade de tramitação, pois ela tem 76 anos de idade. Mas nenhum ato importante foi realizado”, explica. Crime Casa em que mãe e filhas foram encontradas mortas, em Sorriso. TV Centro América O crime ocorreu entre a noite de 24 de novembro e a madrugada de 25, mas só foi descoberto pela polícia no dia 27, quando os corpos da mãe e três filhas foram encontrados dentro da casa. Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, de 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, de 13 anos, e Melissa Calvi Cardoso, de 10 anos, foram mortas dentro de casa no Bairro Florais da Mata, em Sorriso. Segundo a Polícia Civil, três das quatro vítimas foram encontradas degoladas e com sinais de abuso sexual. Já a criança teria sido morta por asfixia. Durante o interrogatório, Gilberto admitiu que invadiu a casa das vítimas pela janela do banheiro para roubar, mas que entrou em luta corporal com a mãe das meninas. Neste momento, a filha mais velha saiu do quarto para socorrer a mãe e também foi atacada. Na sequência, ele confessou que assassinou as outras duas vítimas, ambas menores de idade. Ainda durante o interrogatório, o investigado contou que saiu da casa pela mesma janela por onde entrou e voltou para a obra, onde retirou as roupas sujas de sangue e guardou em um contêiner. O investigado foi preso em flagrante no mesmo dia e teve a prisão mantida. Ele foi levado para a Penitenciária Dr. Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. Depois, foi transferido para a Penitenciária Central do estado (PCE), em uma cela individual, sem contato com os demais reeducandos, como determinou a autoridade judicial.